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domingo, 3 de fevereiro de 2013

Síndrome de Peter Pan e o medo da morte...

Já faz tempo que a Gaby fica falando que não quer crescer, que quer ser crianças para sempre e eu nunca conseguia entender o motivo. Eu sempre falava a ela que mesmo quando ela fosse grande eu a amaria, a pegaria no colo, brincaria junto e tal, com medo de que ela assimilasse o crescimento dela a perda do nosso carinho. 
Mas em uma noite tentando fazer ela dormir, ela vira e fala que não quer crescer. Eu falo a ela que é legal crescer, que a gente pode fazer várias outras coisas, como pintar as unhas, andar de salto, sair com os amigos... e ela vira e fala que não quer crescer porque não quer MORRER. Gente, como assim? De onde ela tirou isso? Ela não teve contato com ninguém que tenha morrido, a não ser quando eu estava grávida e perdi meu avô, mas nem foi uma coisa traumática, pois todos estávamos esperando sua passagem pois já estava bem doente... ela não vê isso em filmes, desenhos, novelas nem nada...então de onde saiu essa associação? Só posso concluir que seja dos nossos comentários sobre como os nossos avós foram morar com Papai do Céu, sobre o fato de estarem velhinhos e tal... mas daí a pensar que não quer crescer por conta disso é muito né?
Comentando isso com o Bruno ele também falou que não lida muito bem com a questão da morte, que para ele é até difícil falar disso. Até entendo o lado dele, perdeu a mãe quando ainda era criança, antes dos 12 anos... e carrega isso até hoje. Mas ainda não consigo entender isso na pequena...
E hoje novamente o assunto apareceu. Estávamos voltando da casa dos meus pais e ela me falou se quando estiver do tamanho dos meus alunos vai poder fazer balé em uma escola de verdade. Eu digo que sim e que se ela gostar muito quando crescer poderá ser uma grande bailarina, viajar e tal... silêncio no carro... e de repente ela solta: mas eu não quero crescer, quero ser bailarina sempre criança, eu não quero crescer para não morrer... e caiu no choro. Um choro sentido, doido mesmo. A acolhi no colo, a acalmei e mudei totalmente o foco do assunto, fomos brincar e ela esqueceu. 
Mas já não sabemos o que fazer e como conversar sobre o assunto. E antes que perguntem isso acontece bem antes de pensarmos em ter outro bebê... não é uma coisa recente, mas que tem se agravado ultimamente... alguma dica?

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O medo

Não é de hoje que tenho notado que a Gaby tem apresentado medo em algumas situações. Ela ainda não define corretamente o termo porém mostra sinais claros de estar sentindo. E o medo mais recorrente vem dos uivos de cachorros, uma coisa tão forte que tem feito a pequena acordar no meio da madrugada quando ouve o cachorro da vizinha uivando e nos chama contando o que está ouvindo. E chora desconsolada por isso. Claro que sempre a amparamos, damos colo e atenção, porque acho muito importante não duvidarmos e nem ficarmos rindo desse tipo de coisa, afinal, enquanto adultos nós mesmos temos nossos medos e muitas vezes é difícil controlar a situação, imagina então para a cabeça de uma criança de 2 anos e meio?
Mas o que me chamou mais a atenção foi que ela sempre gostou das histórias que tem lobo, tipo 3 porquinhos, Chapeuzinho e assim vai. Ela nunca mostrou medo do personagem, muito ao contrário, sempre que vou ler um livro ela pergunta se vai ter lobo e chegava a torcer por ele...rsrsrs... Mas as coisas mudaram um pouco de figura depois desse final de semana. Como eu já disse, fomos no sábado na chácara um pouco a noite e lá estava uma menina (neta de um dos vizinhos) e elas ficaram brincando juntas. Mas aí teve uma hora que essa menina escutou uns uivos e saiu gritando igual doida pela casa falando que eram lobos e que eles eram malvados e tal... pronto, foi o que bastou para a Gaby voltar com essa história dos uivos e agora relacionado aos lobos. 
E então ontem ela quis ver a história dos 3 porquinhos em dvd e vimos juntas, sempre conversando sobre a situação e a história. Ela não falou em nenhum momento de estar sentimento medo do lobo. Mas durante a madrugada, acordou gritando que tinha um lobo (na verdade não consigo lembrar direito o que ela falava do lobo, só entendi a parte do lobo mesmo.... estava caindo de sono) e chorando muito. Peguei ela no colo, coloquei na minha cama e fui tentando acalmá-la. Coloquei a mão em seu coração e ele estava super acelerado...deu um dó ver minha filhota enfrentando essa situação, mas não podemos fazer mais nada a não ser acalmar a criança e conversar com ela. Afinal os medos fazem parte de nossa vida. Eles nos ajudam a enfrentar várias situações e até a preparar nosso corpo para dificuldades. 
Mas o problema é ver que isso aconteceu por ela ter contato com uma criança, cuja mãe provavelmente deve "colocar" medo nela. Sim, vejo muitos pais falando para seus filhos que se não fizerem tal coisa ou não obedecerem o lobo mal irá aparecer e comer eles. Ou falam que irão colocar a criança num quarto escuro, ameaçam que tem monstros no quarto e coisas do tipo. Esse tipo de ação não ajuda em nada a criança, só serve para formar uma criança medrosa que não respeita os pais e sim que teme as situações que lhe são faladas. Aqui em casa procuramos ao máximo tomar cuidado com tudo o que falamos a ela, para não criar situações de mal estar. Pena nem todos os pais agirem da mesma maneira... 

Andei fazendo uma busca sobre o medo nas crianças e encontrei alguns textos bem legais:

Do que as crianças tem medo a partir dos 2 anos


As crianças a partir dos dois anos sentem medos. Elas vêem ameaças terríveis onde nós adultos apenas conseguimos ver coisas normais. Não nos podemos esquecer que ter medo é um mecanismo saudável para nos protegermos de estímulos desconhecidos e também possivelmente potencialmente perigosos. Se para nós adultos existem um mundo cheio de fenómenos desconhecidos, e que nos despertam medo, já imaginou o que poderá despertar a uma criança que desconhece muito destes fenómenos.
O desconhecido desperta medo. Para as crianças quase tudo é desconhecido. O medo tem contudo uma função positiva, como por exemplo, uma criança tem medo de carros que circulam na estrada e do fogo, o que nós também incentivamos para que a criança não se aproxime de carros e do fogo. Algumas crianças têm também medo de um secador, ou medo de balões, tem medo do escuro… e quando surgem este tipo de medos não critique o seu filho, tente compreende-lo e ajudá-lo a combatê-lo.
Entre os dois e os quatro anos surgem com muita frequência uma grande variedade de medos. É vulgar ver crianças com medo de mascaras e por isso têm medo de palhaços e disfarces. Tem medo do escuro quando chega a hora de ir para a cama. Ora da mesma forma como surgem estes medos também desaparecem, mas nós como pais temos a obrigação de não os criticar e tentar compreender. Também não devemos entrar em grandes detalhes quando lhes queremos explicar qualquer coisa, pois por vezes ainda os confundimos mais. Assim o nosso papel é admitir que esses medos são normais, e sem pressioná-los, dar-lhes a nossa atenção, carinho, e mostrar-lhes que não estão sozinhos, podem descansar, pois nós estaremos ao seu lado. Mostre ao seu filho que não está sozinho e indefeso, perante algum perigo, e que será protegido. Elogie sempre que o seu filho quando conseguir concretizar algo do qual tinha medo, estimulando assim o seu comportamento.
Quando o seu filho tem medo do escuro, não o deixe sozinho a chorar toda a noite pois o que ele sentirá é que o abandonámos, e o seu medo apenas aumentará. Também não convém que o leve para a nossa cama. O que deve fazer é voltar para o seu quarto e regressar constantemente mas ir deixando os espaços de tempo cada vez maior, e mostrar-lhe que continuamos ali ao seu lado. Podemos também deixar a sua porta do quarto aberta, bem como deixar uma luz acesa, e um boneco perto do seu filho.
O seu filho poderá ter medo de pessoas desconhecidas e quando estas se aproximam para lhe falar o seu filho esconde-se atrás das suas pernas. Estas pessoas desconhecidas podem ser  pessoas de família, com quem tem pouco contacto. A melhor atitude é que seja ele a aproximar-se , sem o pressionar .
Quanto ás pessoas disfarçadas também não são muitas vezes aceites pelos mais pequeninos. Devemos respeitar as suas distancias e não pressionar a gostarem de palhaços ou do pai natal. Existem muitos medos, outro exemplo é o de cortar o cabelo. A criança não sabe quais são as situações que provocam dor e as que não. Na realidade e de uma forma geral devemos respeitar os timings dos nossos filhos, e dar-lhes confiança e transmitir-lhes carinho, e segurança. Assim como apareceram esses medos também irão desaparecer.


O medo na criança

O medo é uma emoção básica, que coloca o nosso organismo em sobre-alerta e o prepara para fugir e/ou defender-se perante a percepção de perigo. A generalidade das crianças passará por algum sintoma de medo durante a sua infância, em especial as raparigas que, no entanto, têm uma maior facilidade em ultrapassá-lo. Esta maior facilidade estará, provavelmente, ligada a uma maior capacidade em exteriorizar sentimentos e emoções que, em consonância com a ajuda dos pais, lhes possibilita uma melhor compreensão dos seus sentimentos, e leva a uma procura mais eficaz de estratégias para lidar com os mesmos.

Desta forma, ao falarmos de medos, devemos encará-los enquanto emoção saudável, com uma função adaptativa: alertar para os perigos que rodeiam.

Os medos estão ligados a etapas específicas do desenvolvimento. Apesar de serem tarefas desenvolvimentais que terão de ultrapassar, o modo e a intensidade com que os sentem varia de criança para criança, de acordo com a sua personalidade, a dos pais, entre outros factores. Com o crescimento e correspondente maturação cognitiva e emocional, a criança, com a colaboração dos pais, vai encontrando estratégias eficazes para lidar com os medos, pelo que, na sua maioria, acabam por desaparecer.

Nos primeiros tempos de vida duma criança, o seu medo está muito ligado ao receio de perda do seu cuidador, a sua figura de referência (geralmente a mãe), denominando-se de medo ou ansiedade de separação. Por volta dos 7/8 meses de vida, os bebés adquirem a capacidade de distinguir os rostos familiares, em especial o da sua mãe, em contraste com os que desconhece. Surge aqui uma fase denominada de Angústia do Estranho, caracterizada pela manifestação, por parte da criança, de medo ou ansiedade perante a presença de estranhos, ou pessoas com quem tenha menos contacto. Nesta fase, as crianças ainda não adquiriram uma competência, a da “permanência do objecto”, que consiste no saber que, quando algo (ou alguém) sai do seu campo de visão, pode voltar. Para o bebé, quando tal acontece, ele sente medo por esse objecto deixar de existir.

A partir dos dois anos, é frequente a criança começar a ter medo de ser abandonada pelos pais e, consequentemente, de qualquer separação que possa ocorrer. É igualmente nesta fase que se verifica um aumento do medo dos animais, que costuma perdurar até por volta dos quatro anos.

A imaginação assume um papel preponderante nos medos das crianças e é, com o aproximar dos três anos (altura em que a imaginação se torna mais rica e atinge um maior grau de desenvolvimento) que é potenciado o surgimento do medo do escuro, dos monstros, fantasmas, ladrões, entre outros. Este é um dos medos mais comuns entre as crianças, sendo transversal a várias culturas e civilizações. Geralmente surge entre o terceiro e o sexto ano de vida da criança, e é habitualmente ultrapassado até à entrada para a escola. Ocorre com especial incidência na hora de dormir, momento em que a criança se sente “desprotegida”, pois confronta-se com a separação física dos pais, bem como com a segurança que esta presença lhe oferece.

Com o atingir dos seis anos de idade, a criança atinge uma fase de desenvolvimento que lhe permite encarar a morte como algo irreversível, perdendo o seu lado fantasioso e assumindo uma vertente mais concreta, o que lhe provoca medo da sua própria morte, bem como a das suas figuras de referência. Verifica-se aqui uma transição do medo de separação para o medo de morte. Aí, apresenta uma associação de morte a coisas concretas, como a uma pessoa, a caixões, cemitérios, etc.

Paralelamente à entrada para a escola, e ao longo do seu curso, surgem medos ligados a esta nova etapa da sua vida, bem como aos desafios a ela associados. O medo de se expor, ter de falar nas aulas, ir ao quadro, as histórias contadas de agressão dos mais velhos, entre outros, causam apreensão às crianças. Aqui os medos estão muito ligados à identidade da criança, à sua auto-estima e sentimentos de insegurança. Poderá surgir o receio de ser diferente, ser gozado pelos outros.

Esta insegurança e medo assumem um papel marcante num espaço como a escola, pois estes sentimentos poderão transmitir à criança a sensação de impotência perante a resolução de dificuldades que até pode percepcionar como não perigosas, mas que apenas não se sente capaz de as ultrapassar. Nestes casos, é essencial que os pais e/ou educadores saibam escutar a criança, desmistificar esses sentimentos e, sobretudo, ouvi-las e ajudá-las no sentido de encontrar estratégias eficazes para a resolução dos seus medos.

Os Pais podem ajudar

É impossível os pais evitarem o sentimento de medo por parte dos seus filhos (o que também não seria salutar). Ao invés disso, podem ter um papel preponderante no auxílio da procura de estratégias que permitam à criança lidar convenientemente com os obstáculos com que é confrontada e lhe permitam ultrapassar o medo.

Os pais ao se depararem com os medos dos seus filhos, naturalmente podem manifestar confusão e algum desconhecimento sobre a forma mais adequada para lidar com a situação. Antecedente à procura de estratégias para ultrapassar esses medos, é fundamental que os pais validem e respeitem os sentimentos dos filhos, e tal passa por nunca os ridicularizar ou desvalorizar. Os medos são fruto do processo de desenvolvimento da criança, o que acarreta novos desafios. São um factor positivo, e é dessa forma que deverão ser encarados, apesar do filho ainda não ter atingido um nível de maturação que lhe permita enfrentar esse medo da forma mais eficaz.

O bem estar emocional da criança é favorecido pela existência de cumplicidade com os pais. A criança ao ter medo, enfrenta o anseio de não o conseguir ultrapassar, bem como o de ser a única que passou por este sentimento. O acto dos pais relatarem à criança que também eles passaram por situações semelhantes, inclusive uma similar à que o filho sente, fá-las sentir apoiadas e aceites, transmite-lhes a possibilidade de vencerem os seus medos e serem “grandes e fortes” como os seus pais. Procure explorar com os seus filhos formas de resolver as situações, podendo também dar exemplos de como conseguiu resolver os seus próprios medos.

A promoção do diálogo entre pais e filhos é uma das melhores “ferramentas” que se pode transmitir aos filhos. Essa abertura ao diálogo, permite deixar uma “janela aberta”, o que facilitará à criança a procura dos pais (ou outras figuras de referência) quando se sentir ameaçada, ou estiver a lidar com sentimentos perante os quais sente dificuldades em lidar. Só o acto da criança falar e explicar os seus medos aos pais, serve de alívio e, além de promover uma maior aproximação entre os pais e os filhos, é um importante passo na procura conjunta de soluções para os problemas.

Uma estratégia universal perante uma situação percepcionada como perigosa é a fuga ou o evitamento. Torna-se importante a consciencialização que, só através do enfrentar dos desafios, é que conseguimos ultrapassá-los. Recorrendo à aceitação e validação dos sentimentos dos filhos, cabe aos pais ajudarem a criança na procura da forma mais eficaz de resolução do problema, ao invés da fuga, frequentemente a primeira resposta à questão ansiogénica. Os medos, sendo marcadores do desenvolvimento da criança, funcionam como tarefas desenvolvimentais, às quais cabe à criança ultrapassar, resultando na promoção da autonomia da criança, no seu desenvolvimento emocional, que consequentemente se repercute ao nível do seu auto-conceito. O enfrentar atempado dos medos evita que, a longo prazo, estes possam possuir uma dimensão patológica resultante em fobias.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Medo do cachorro

Então que ontem na hora de colocar a pequena para dormir, perguntamos porque ela estava indo toda noite para nosso quarto, ela deu uma enrolada e depois falou "é que o Thoi fazeu auuuuu". Bom, o Thor para quem não sabe é nosso cachorro, um belo rotweiller, que nunca nos deu problema nenhum com ela, pelo contrário os dois se adoram e só não brincam mais por conta do tamanho dele, que pode machucá-la mesmo sem querer. 
Mas o fato é que ele não pode ouvir o caminhão do gás que começa a uivar, talvez por dor no ouvido (qualquer som alto incomoda os cães) ou talvez porque simplesmente ache um saco aquela música. Então cada vez que o dito cujo passa ele começa com o festival de uivos. E ela está ficando com medo disso. Ao ponto dela acordar e correr atrás de mim falando isso.
E de madrugada ele começa a rosnar e latir, pois somos vizinhos de vários feirantes, que acordam de madrugada para arrumar o caminhão da feira então ele ficar rosnado a qualquer barulinho que ouve e nossos quartos ficam bem de frente com a rua, então ele late nas nossas  janelas. 
E hoje não foi diferente. Só o que aconteceu é que a babá eletrônica, que eu detesto por sinal, fez um barulho estranho, tipo quando o celular toca perto do computador e depois de um tempo ela fez barulho de novo, como se estivessem batendo com o dedo nela. Eu achei que era a Gaby me chamando, pois de manhã tinha ensinado isso a ela, mas quando cheguei no quarto dela ela estava dormindo feito um anjo e eu fiquei com um medo do cacete... rsrsrsrs... mamãe bundona mode on. Passada um tempo ela levantou e veio para nosso quarto. Então acho que hoje a noite vou colocá-la novamente em sua caminha no meu quarto, porque cama compartilhada com ela grande desse jeito não tá rolando. Ela tá acabando com a gente de tanto se mexer. 
E vamos começar tudo de novo... esperar o momento dela querer ir par ao quarto novamente....