sexta-feira, 28 de maio de 2010

Li esse texto na comu Maternidade do Orkut e amei!

"Mamãe, o teto caiu”

Espero que, daqui a 20 anos, eles possam compreender um pouco da felicidade que sinto em tê-los marcando nossa vida.
Quando a porta do elevador abriu, dona Eudóxia já estava nos esperando. Nossa adorável vizinha tinha os olhinhos arregalados e gesticulava quase sem palavras. "Abram a porta. Vamos ver o tamanho do estrago no seu apartamento." Tínhamos passado o fim de semana fora. Eu, Luiz e nossa já enorme barriga. Naquela semana, compraríamos o berço do bebê. Quando abrimos a porta, entendemos o desespero de nossa vizinha. O reservatório de água tinha estourado em cima dos nossos apartamentos de último andar. O lustre da sala era uma linda fonte e o assoalho já começava a ondular-se. Entramos para os quartos fazendo barulho com os pés no carpete molhado. Não compraríamos só um berço. Faríamos um novo quarto em uma quase nova casa. Acreditamos em sinais e aquilo parecia um pedido de renovação do pequeno Nino, que estava pra chegar. E ele chegou em um apartamento recém-pintado e cheirando a carpete novo. Paredes novas e inocentes de tudo que estava por vir.
Como combinado com o pediatra, ele dormiu sua primeira noite já no seu novo lindo berço, em seu novo lindo quarto. Babá eletrônica na cabeceira. Choro, mamada, choro, colo, choro, mamada, um gemidinho, uma conferida...
vai-e-vem começou a marcar o novo carpete e, depois de tantas idas e vindas ao quarto do bebê, decidimos colocá-lo no carrinho ao lado da nossa cama. Assim era só sentar pra conferir-lhe a respiração. Santo carrinho! De manhã ficava ao lado da mesa do café, passeava um pouco pela sala, descia para o banho de sol, voltava pro quarto e, enquanto o pequeno ia se acostumando com sua nova casa, as quinas das paredes iam sendo devidamente arrancadas pelas manobras do seu carrinho. Suas primeiras marcas nesta casa. Marcas que ficaram por aqui até o ano passado, quando chamamos um pintor que deu um jeito em tudo. Até na régua de crescimento que mantínhamos atrás da porta do quarto deles, medindo-os em todos os aniversários. Simplesmente esqueci de dizer que ali não era pra pintar, e chorei ao ver a parede linda e limpa.
Deveria ter mantido até mesmo as quinas quebradas, pois me encho de ternura ao ver as pistas de vida infantil pela casa. É verdade que preferia o sofá de couro da sala sem seu risco de caneta, mas, cada vez que meus olhos passam por ali, me lembro da cara de cachorro abandonado de seu autor com a caneta na mão e tenho vontade de beijar o risco. Mês passado, escuto um barulhão e o Nino me entra no quarto já com queixinho de choro. "Mamãe, meu chute foi muito forte e o teto caiu." O buraco no teto do corredor é bem grande e estou para chamar o gesseiro para fechá-lo, mas continuo fotografando brinquedos que eles esquecem pelos cantos na esperança de que, quando virem a foto daqui a 20 anos, possam compreender um pouco da felicidade que sinto em tê-los marcando nossa vida. Apesar de não sobrar um lugar sequer desta casa onde ao menos não se encontre um Garfield em adesivo, nosso apartamento hoje é muito mais interessante do que aquele reformado pela inundação. Portanto, o futebol no corredor continua liberado, apesar do buraco no teto. De vez em quando, sinto um frio na espinha quando a bola invade a sala tirando fino de meus objetos preciosos, mas não me importo de colar porta-retratos, pois me divirto pra valer quando abro o freezer e dou de cara com MaxSteel coberto com uma toalhinha para não morrer congelado.
Denise Fraga é atriz, apresenta os quadros "Álbum de Casamento", "Fazendo História" e "Retrato Falado", no "Fantástico", e escreve a coluna "Travessuras de Mãe" para a revista Crescer (de onde foi tirado esse texto; mês de novembro), casada com o diretor Luiz Villaça e mãe de Nino, 8 anos, e Pedro,7.

Minha casa sempre foi arrumadinha... tudo no lugar, limpinho, sem riscos pelo piso, eu arrumava a casa aos sábados junto com o Bruno porque durante a semana era impossível isso por causa das duas escolas, mas nunca me preocupei com isso quando pensava em ter filhos... sempre pensei que a casa iria mudar e muito com a chegada de um bebê.
E foi isso que aconteceu e para mim não tem estresse nenhum ver o brinquedos da minha pequena ocupando minha sala toda, meu sofá encostado na parede para ter mais espaço para ela se movimentar, meus armários da cozinha bagunçados, gavetas a menos com coisas dela dentro, prateleiras da cozinha com brinquedos...rsrsrs... tirei meus livros porque senão iriam ser todos rasgados.
Acho que quando temos filhos temos que entender que eles fazem parte da casa e enquanto são pequenos não adianta ter neurose e querer manter tudo arrumado como era antes, eles tem que interagir com a casa, conhecer e reconhecer os ambientes. Depois quando forem crescendo aí sim, temos que ir ensinando onde colocar cada coisa... aqui já até começamos a falar isso com a Gaby, vamos falando para ela guardar os brinquedos nas caixas e ela vai ajudando do jeitinho dela... mas tudo sem estresse.
Tenho uma senhora que me ajuda 1 vez na semana e olha que minha casa é imensa!!! Eu cuido das roupas e ela limpa a casa e passa as roupas para mim e durante a semana vou administrando tudo conforme vou conseguindo, sem ficar doida, pois além de mãe ainda sou professora então tenho que ter a cabeça no lugar para aguentar o pique das crianças a tarde!!! Mas com calma tudo se resolve!!!
Agora depois das férias quero ver se consigo voltar eu mesma a cuidar da casa... vamos ver como me sairei em 2 papéis ao mesmo tempo. Mas acho que com a Gaby andando as coisas ficaram mais tranquilas, vou comprar uma vassourinha para ela ir andando atrás de mim e brincando enquanto tento arrumar a casa. Claro que não vou fazer tudo em um dia só, vou limpando durante a semana, mas acho que dará certo. Assim pelo menos cuido do jeito que eu gosto e terei certeza de estar tudo bem limpinho...

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