Aqui todo mundo sabe que eu amo cachorro e Gaby herdou isso de mim. Papai Bruno diz que não gosta, mas lá no fundo tenho minhas dúvidas quanto a isso...rsrsr. Mas o fato é que tenho uma cocker preto e branca linda que foi o Bruno mesmo quem me deu ainda no comecinho do nosso namoro, lá em 2002...ela se chama Vida, uma forma carinhosa como nós dois nos chamamos até hoje. E ela me acompanha desde sempre, sendo indo comigo a Alfenas quando papai era universitário ainda, indo para MG, na casa da minha mãe (que quis matar o Bruno por conta do "presente de grego"), depois que nos casamos e agora durante a vida da Gaby, a qual sempre fiz questão de deixar a Vida chegar perto desde recém-nascida e o carinho entre as duas é bem grande. Claro que a Gaby não fica o tempo todo brincando com a Vida e tal, mas percebemos o enorme carinho que ela tem pela cachorra.
Enfim o que acontece é que eu percebi que a Vida estava com vários caroços nas mamas, já tentamos antibiótico para ver se diminuia e nada, cirurgia pela idade dela acho extremamente perigoso e assim estamos levando. Mas na quarta ela foi tomar banho e na hora do almoço volta a moça do banho e tosa sem a Vida... já gelei, achei que ela tinha machucado a Vida. E ela me pergunta se eu tinha visto que a Vida estava sangrando... claro que não vi nada, até porque a maioria dos cios da Vida são daqueles chamados silenciosos, pois não sangram. E ela começou a falar que ela estava sangrando muito e que saiam coagulos junto... e se ela poderia levar a Vida a veterinária que tem aqui perto de casa. Eu falei que iria pegar a Vida e ela não deixou, preferiu ela mesma levar. Tudo bem, almocei e fui até a veterinária ver a real situação. Quando eu cheguei na clínica e vi a Vida de fralda e a fralda lotada de sangue já gelei. E a veterinária não foi nada positiva. Me mostrou um calombo enorme que surgiu do nada na região de traz da Vida, entre o anus e a vagina dela, parecia mesmo uma bola gigante saindo de dentro dela e disse que era um câncer e que pelo tamanho provavelmente estava enraizado, que eu poderia fazer uma ultrassom para ver até onde ia o tumor e ver se dava para tirar, mas que o pós operatório seria super complicado, pois eu teria de fazer curativos todos os dias e como estou quase para ganhar bebê isso complicada e que o melhor mesmo seria a eutánasia... a cada palavra dela meu chão ia se abrindo embaixo de mim, não por mim exatamente, só conseguia pensar em como iria contar tudo isso para a Gaby, ao mesmo tempo em que não concordo em deixar um animal e até mesmo um ser humano sofrendo por doença... fiquei em saber o que fazer e comecei a chorar. A Carol do banho e tosa estava lá o tempo todo comigo e disse que eu deveria pensar com calma, que se eu optasse pela cirurgia ela me ajudaria e tal. Mas a veterinaria insistia que era complicado, pois não sabia como seria o pós operatório, se ela aguentaria ou se viveria muito tempo...enfim sai de lá arrasada e pedi para deixar a Vida na casa da Carol até a noitinha quando eu iria deixar a Gaby dormir na minha mãe para no outro dia fazer a tal da eutánasia... chegando em casa contei ao Bruno e chorei novamente mas não podia ficar chorando perto da pequena né? Então a tardinha deixamos a Gaby na minha mãe e pegamos a Vida.
O Bruno foi totalmente contra fazer o sacríficio dela, mesmo ele não tendo a menor paciência com os dramas dela e tal, ele falou que preferia lavar o quintal todos os dias para a Gaby não ficar vendo sangue e deixar a Vida partir sozinha... então eu decidi tentar levá-la em outro veterinário, que a gente sempre levava os cachorros perto da casa da minha mãe. Como o Bruno tinha vários clientes já marcados pedi ao meu pai para ir comigo. Lá o veterinário falou a mesma coisa de ser um tumor e tal, me deu a opção da cirurgia e também da eutanásia porém me disse que eu deveria levá-la a Faculdade de Veterinária da USP pois lá eles teriam mais recursos e tal...se lá não houvesse salvação então eu teria tentado tudo que poderia para salvá-la mas não ficaria arrependida nunca.
E foi o que fizemos. Meu pai desmarcou um cliente e lá se foi comigo para a USP. Chegamos já perto do final do horário para triagem, que a gente nem sabia que tinha e ela foi atendida e prontamente encaixada para passar com uma obstetra. Uma veterinária novinha, pode ainda ser estudante e tal mas que me confortou de uma tal forma que me pareceu ter muito mais experiência que muita gente formada há mais tempo. Ela examinou a Vida todinha, fez um tipo de papanicolau nela e disse que teria de ser feito a cirurgia, mas não naquele momento porque ela estava no cio e por conta do tamanho do tumor, que é parecido com um mioma humano estava sangrando tanto. Então pediu exames de sangue e já deixou a cirurgia marcada e o melhor de tudo, disse que esse tipo de tumor geralmente é benigno e que não é motivo para sacrificar animal nenhum. O alívio que senti ao ouvir isso foi indescritível!!! E pensar que eu poderia ter feito uma besteira gigante pela manhã quando acordei decidida a sacrificá-la...
No fim tudo deu certo graças a Deus. Agora iremos fazer os exames dela e partir para a cirurgia. A Carol ficou super feliz quando contei isso a ela, disse que irá vir me ajudar a cuidar dos curativos e tudo. E eu claro, perdi mais de 50% da confiança na veterinária que a atendeu primeiro... são coisas que não se brincam, a seriedade deve vir em primeiro lugar, se não soubesse o que fazer o certo seria tentar encaminhar a outro local assim como o segundo veterinária que tem mil anos de formado fez.
E agora o Bruno dizendo que foi ele quem salvou a vida da Vida...rsrsrs. Que nós e ela teremos de agradecer a ele para o resto da vida!!!

Um comentário:
Ai Syl, que dureza!!! Passamos por isso também, só que no nosso caso ela já tem 15 anos e realmente não aguentaria nenhuma anestesia, porém o veterinário em nenhum momento propôs a eutanásia, a não ser se ela estivesse sofrendo. Talvez por dinheiro estamos a mercê de alguns picaretas, ainda bem que o amor sempre fala mais alto e Deus nos dá possibilidades de pensarmos e agirmos em prol do melhor, bjka
Postar um comentário